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Resenha: "O Pistoleiro" (A Torre Negra vol. 1) de Stephen King

16/2/2017

2 Comentários

 
Por Paulo Vinicius F. dos Santos.
O Pistoleiro segue o Homem de Preto em um mundo desolado. Sua obsessão por ele vai fazer com que tome decisões ruins ao longo de sua jornada. Mas, quem é O Pistoleiro? E o Homem de Preto? Aqui começa a jornada por uma das histórias mais sensacionais escritas pelo Mestre do Terror.
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Ficha Técnica:

Nome: O Pistoleiro
Autor: Stephen King
Série: A Torre Negra
Editora: Suma de Letras (no Brasil)
Gênero: Fantasia
Número de Páginas: 224
Ano de Publicação: 2004 (no Brasil)

Sinopse: Condenado a vagar por um mundo pós-apocalíptico no encalço de sua nêmesis, o misterioso Homem de Preto, Roland, encontra personagens cujo destino está ligado ao seu com um papel crucial em sua caçada. Jake Chambers é um estranho menino que foi transportado para o Mundo-Médio após morrer tragicamente na Nova York de 1977. Alice, uma fascinante mulher da desolada cidade de Tull. O destino - ou ka - reserva a morte para ambos, e Roland conta apenas com suas habilidades como pistoleiro para derrotar o inimigo. Essa jornada através do Mundo Médio o leva em direção à Torre Negra, que a tudo observa no horizonte distante.
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Estamos diante de uma obra memorável. Com um escopo do tamanho de um Senhor dos Anéis, trata-se de um romance com uma atmosfera pesada e ao mesmo tempo única. Não sei se Stephen King imaginou que a saga de Roland Deschain poderia se estender por tantos volumes. Não sei em relação ao mercado internacional, mas aqui no Brasil eu sinto que A Torre Negra é uma saga subestimada em relação a outras obras semelhantes como Senhor dos Aneis e Crônicas de Gelo e Fogo. Aqueles que leram são fãs ardorosos do autor e passam a ler qualquer coisa que ele escreva. Acredito que King quis dar esse feeling tolkienesco à história, mas sem recorrer diretamente àquilo que Tolkien escreveu. Mas, isso deve mudar agora que o filme será lançado no mês de fevereiro de 2017. Acredito que uma nova base de fãs (dependendo do sucesso ou fracasso da adaptação) surgirá nos próximos meses.

O Pistoleiro é um prólogo à ação que certamente virá nos próximos volumes. Apresenta satisfatoriamente o protagonista, Roland, e suas motivações. Muitas coisas ainda permanecem nebulosas, mas como se trata de um prólogo, a história cumpre aquilo que se propõe a fazer. Aliás, em vários volumes da Torre Negra, King prefere esconder um pouco o seu jogo, revelando os segredos progressivamente. Nesse primeiro volume, a gente não sente tanto essa característica, então vou deixar para comentar isso na resenha do próximo volume.

Apresenta (ou não apresenta... depende do seu ponto de vista) o mundo vivido por Roland. E aqui é preciso elogiar a genialidade de King por construir um mundo de fantasia sem se distanciar de sua característica de autor de obras de horror. O feeling de O Pistoleiro é tétrico, mais até do que algumas obras do próprio autor.

A primeira cidade de Tull lembrou um pouco o estilo claustrofóbico característico da escrita do autor ao conter toda a ação em um espaço controlável. A quantidade de personagens aparentemente comuns distorce a nossa visão sobre o que realmente está se passando. Gostei muito da maneira como King se coloca em uma posição desconfortável ao apresentar um universo literário maior do que aquilo que está acostumado a lidar.

Uma tragédia durante a história era completamente esperada. O Pistoleiro foi construído como uma história que demonstra a solidão vivida por Roland. E o Roland ainda é um homem com uma obsessão que toma a sua vida por completo. E King demonstra um pouco suas intenções ao revelar uma profecia no começo da história. É como se ele estivesse dizendo aos seus leitores “eu vou fazer isso... vocês duvidam?”. São essas apostas feitas por King durante o romance que tornam a história tão marcante. Mas, em muitos momentos, ele decide enganar o leitor dando a impressão de que a profecia não iria se concretizar. Com isso, Roland é apresentado como um herói cuja personalidade é falha. Não se trata aqui de um anti-heroi como veremos posteriormente. Roland possui seu próprio código. Mas, Roland é um personagem que passou por muita coisa ao longo de sua vida e sua visão de mundo não é preta e branca. O personagem possui uma série de características heróicas ao lado de uma personalidade difícil. Ele enxerga qualquer companhia como um fardo, mas percebemos que ele tem um coração que busca ser preenchido por alguém. Mas, na hora de escolher entre salvar uma vida e conseguir pegar o homem de preto, Roland vai sempre optar pela segunda opção. É como se ele fizesse uma escolha ruim por instinto dado a sua sede de vingança por seu nêmesis. Não dá para avaliar o protagonista sob um espelho de perfeccionismo.

Os flashbacks servem como um conto de origem de Roland. Nesse ponto o autor acertou na mosca ao tornar estes trechos da história interessantes ao invés de ser uma origem cansativa. Estes flashbacks mostram as motivações por trás das atitudes de Roland. Não atrapalham em nenhum momento a fluidez da história e são colocadas em momentos pertinentes. Serve para comprovar os méritos da escrita de King e é preciso ressaltar que O Pistoleiro é uma obra da década de 1980, ou seja, ele publicou mais de uma dúzia de romances depois disso. Não foi um acerto por acaso.

O tom de iminência é perfeitamente apresentado durante a interação entre Roland e o homem de preto. O leitor consegue se investir na história, perceber como as ações de Roland fazem parte de algo maior. De nenhuma maneira a fala do homem de preto coloca um limite naquilo que King pode fazer em futuras histórias. Ele não se prende a um plot simples, deixando ganchos para histórias por todo o lado.

Como prólogo, O Pistoleiro é uma boa história. Não tenho mais elogios a fazer porque King esconde demais a sua mão e isso impede a perfeição. Muitos subplots aparecem e serão desenvolvidos nos volumes seguintes. Mas, o que eu mais apreciei foi a análise do protagonista. Eu me interessei pelo personagem e quero saber mais sobre ele e para onde vai. E isso é o suficiente para demarcar uma boa história.

 

2 Comentários
Carlos Alberto Santana
2/10/2017 04:40:51 pm

Muito bom. Simples. Direto.
Espero passar por este e chegar até o último.

Responder
Paulo Vinicius F. dos Santos
2/10/2017 05:39:38 pm

Normalmente os fãs empacam no primeiro ou no segundo porque são muito diferentes da escrita normal do King. O primeiro por ser um Stephen King ainda verde e tentando encontrar sua personalidade e o segundo por ser um estudo de personagens.
O terceiro é incrível. Tem uma primeira metade mais arrastada, fechando algumas pontas deixadas no segundo livro, mas a segunda metade passa desenfreadamente.

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