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Resenha: "A Espada de Vidro" (A Rainha Vermelha vol. 2) de Victoria Aveyard

24/2/2017

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Por Paulo Vinicius F. dos Santos.
No segundo volume da série da Rainha Vermelha, Mare Barrow precisa correr atrás dos sanguenovos para reforçar os seus quadros e realizar sua vingança contra Maven. Mas, isso pode ser um caminho muito mais tortuoso do que parece.
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Ficha Técnica:

Nome: A Espada de Vidro
Autora: Victoria Aveyard
Série: A Rainha Vermelha vol. 2
Editora: Seguinte (no Brasil)
Gênero: Fantasia
Número de Páginas: 496
Ano de Publicação: 2016



Sinopse: "O sangue de Mare Barrow é vermelho, da mesma cor da população comum, mas sua habilidade de controlar a eletricidade a torna tão poderosa quanto os membros da elite de sangue prateado. Depois que essa revelação foi feita em rede nacional, Mare se transformou numa arma perigosa que a corte real quer esconder e controlar. Quando finalmente consegue escapar do palácio e do príncipe Maven, Mare descobre algo surpreendente: ela não era a única vermelha com poderes. Agora, enquanto foge do vingativo Maven, a garota elétrica tenta encontrar e recrutar outros sanguenovos como ela, para formar um exército contra a nobreza opressora. Essa é uma jornada perigosa, e Mare precisará tomar cuidado para não se tornar exatamente o tipo de monstro que ela está tentando deter."
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Confiar verdadeiramente em alguém pode ser um ato difícil. Sempre existem problemas que fazem com que as pontes da confiança caiam. E então fica difícil recuperá-la. Mas, não é saudável também desconfiar de tudo e todos. Isso acaba deixando um indivíduo muito solitário. Será com esse conjunto de sentimentos que a protagonista da série precisará lidar neste segundo volume ao mesmo tempo em que precisa amadurecer e se tornar a líder de um movimento.

Esse é um livro com uma atmosfera bem mais sombria do que o primeiro. Achei ele até mais pesado em alguns momentos. Enquanto que no primeiro havia um fio de esperança no fim do caminho, aqui ele é inexistente. A cada momento, Mare é assolada pela desesperança. A presença de Maven se torna uma maldição para ela. Algumas cenas são pesadas como a do bebê no vilarejo ou a fuga da prisão de Corron. A autora não poupa ninguém e quando chegarmos ao final do segundo volume vamos encontrar uma personagem muito diferente da menina de Palafitas. Chega a ser cruel a trajetória que ela realiza.

Mais uma vez a narração é em primeira pessoa, na voz de Mare. Digo que isso prejudicou um pouco este segundo volume. Isso porque a autora acaba repetindo uma série de motes e sentimentos que a personagem viveu no primeiro volume. O mantra de Todos traem todos se torna chato após a vigésima vez que a personagem repete isso. Gostei da evolução que a personagem sofre no final em virtude de todos os obstáculos que ela precisa ultrapassar ao longo deste volume. Mas, em alguns momentos, é um pouco incômodo. Alguns capítulos podiam ter sido suprimidos. Curiosamente, achei que a metade final foi um pouco corrida enquanto que a primeira metade foi arrastada. Faltou equilíbrio na pena da autora. Entendo que alguns trechos eram necessários para estabelecer a construção/evolução da personagem. Mas, é o trecho final que importa mais. E eu senti que alguns momentos poderiam ter sido mais explorados.

Tivemos um bom desenvolvimento dos demais personagens. Farley, Kilorn e Cal tiveram muito espaço neste volume. Tendo as motivações estabelecidas era a hora de mexer um pouco na maneira como eles enxergam o mundo. Farley precisa lidar com o fato de que diante de Mare, ela acaba se tornando uma mera coadjuvante. A liderança da rainha vermelha vai se tornando cada vez maior, mesmo que esta não deseje esta liderança. Já Kilorn precisa deixar de lado o seu lado pescador para se transforma em um revolucionário digno de confiança. E, o pior de tudo, lidar com o sentimento ultraprotetor de Mare. Isso certamente vai levar a algum momento de conflito neste volume. Já Cal precisa superar a perda de seu pai e compreender onde ele se situa nesse momento. Onde está seu coração? Por que permanecer com a Guarda Vermelha? Qual é o seu objetivo? Esta e outras perguntas são respondidas ao longo da narrativa. Por isso eu gostei muito da maneira como Aveyard avançou o enredo ao mesmo tempo em que deu espaço aos outros personagens. A história não ficou centrada apenas em Mare. Por isso que eu gostaria que a autora tivesse deixado de lado a narrativa em primeira pessoa ou que pelo menos trabalhasse com Pontos de Vista.

Outro ponto fraco deste volume é a construção de mundo. Entendo que a autora deseje nos dar a impressão de desconhecimento já que a própria protagonista não conhece o resto do mundo. Seríamos ignorantes, sendo apresentados pouco a pouco ao mundo. Mas, neste segundo volume, acho que uma construção maior de mundo ficou devendo. Aqui era necessário. Para que pudéssemos compreender melhor o conflito entre Lakeland e Norta e onde se situam as demais nações. Fora que a autora precisa escolher como ela vai situar a tecnologia do mundo. É legal vermos os nossos personagens escapando em um caça super veloz, mas ela precisa estabelecer o que tem e o que não tem no mundo. Precisa colocar limites. Se tornou o samba do crioulo doido e a valsa do branco maluco. Caça, instrumento sônico, detectores... eu fiquei perdido. Em alguns momentos parece que esses instrumentos são criados do nada apenas para criar algum conflito na história. Ajeitar isso é bem simples: basta mencionar a existência deles em uma conversa informal. Mas, não, eles parecem jogados ao léu.

A velocidade de leitura também é alta. Não significa que o livro é excepcional, mas apenas que a autora sabe escolher bem as palavras e a trama não é difícil de ser compreendida. Os personagens já estão estabelecidos e tudo o que Aveyard precisa se preocupar é em conduzir a narrativa até o próximo momento. A partir do capítulo 20, a história ganha uma velocidade frenética. O leitor não consegue mais parar. Tudo acontece em uma sucessão tão rápida que só vamos conseguir pegar fôlego mais de 10 capítulos depois. A ação é espetacular e a fuga da prisão é fenomenal. A autora soube explorar de formas muito criativas os poderes dos personagens. Ela deixa um gancho muito bom para o próximo volume. Só acho meio enfadonho deixar a história terminar no meio de um momento-chave. Parece uma forma covarde de obrigar o leitor a comprar o próximo volume. É uma mentalidade a la The Walking Dead e seus finais de temporada. Criar o hype. Não sei se eu concordo com essa moda. Existem outras maneiras de terminar um livro.

A Espada de Vidro é uma continuação sensacional de uma série que já era muito boa. A autora desenvolve melhor os personagens de apoio e conduz a protagonista por uma verdadeira via crucis. Com uma narrativa mais sombria do que a anterior, alguns momentos são realmente pesados. Não concordei com a forma como a autora encerra este segundo volume, mas no geral a narrativa flui muito bem principalmente após a segunda metade.

 

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